sábado, 16 de maio de 2015

OS BARDOS MINEIROS AINDA ESTÃO POR AÍ - RESENHA DE ÁLBUM

       
(Capa com os pensadores que buscavam compreender o universo)
       Sagrado fim de semana! Estamos tão cansados por aqui, meu amigo, que quanto mais dormimos mais queremos deixar de nos levantar (Kkkkkkkk). Mas tudo bem! E então, como estamos? Começa a noite, o tempo esfria e como é sábado já vamos caçando o que fazer. Antes que congelemos aqui fora que tal prosearmos? Encha a caneca de chá, é da minha esposa, me faz relaxar depois de um dia cansativo, não que seja este o caso hoje, mas é pra dar uma levantada no ânimo.
       Beba outro gole enquanto vou lhe dar esta dica musical.
    Lembra-se dos famigerados bardos mineiros destas bandas? Então, a última peça deles é uma obra mestra. O que tenho a dizer é que já ouvi diversos álbuns conceituais até hoje de bandas de altíssima visibilidade no mercado do rock e metal mundial e é importante salientar que: este tipo de trabalho é bastante delicado, pois exige dos músicos que as canções dêem vida a obra num nível em que seus ouvintes possam enxerga-la cena à cena através de suas melodias, cadência, seus riffs. E o pretensioso Principles of a Past Tomorrow consegue atingir esse objetivo maravilhosamente, ficando entre os melhores que já escutei e compreendi até agora.
       A história que o Lothlorÿen vem nos contar neste álbum é de Bruno Giodarno, frade, filósofo e pensador morto pela inquisição por sua busca a despeito de erros teológicos da Europa Colonial. E é aqui onde os caras tiveram seu primeiro acerto, preocupando-se em rechear o encarte com enxertos da própria biografia do iluminado herege a um belíssimo trabalho gráfico.
       O segundo acerto fica por parte da ordem das músicas que vão enredando o ouvinte aos poucos, com a introdução charmosa de A Journey Beggins  e a primorosa linha vocal de Daniel Felipe, seguindo da enérgica Heretic Chants e suas pontes e backing vocals de viciar. As guitarras limpas vão e vêem entre riffs pesados e viradas alucinantes de bateria da primeira canção a God is Many, o track três e minha favorita, devido as diversas quebradas progressivas revezadas entre as baquetas de Marcelo Benneli e os teclados de Leo Godde. Eis então que surge a baladinha virtuosa de Time Will Tell, a caótica Manipulative Waves e novamente uma música com refrões pegajosos, Night is Calling. Neste miolo estão os solos mais bacanas da dupla Leko Soares e Tim Alan, lembrando bastante os trabalhos antigos do Angra, o que eu particularmente adorei. Na sequencia temos a rápida The Convict e a profunda The Quest Is On, letra emocionante que conta das respostas prontas de Giordano às repreensões feitas pela igreja da época. The Law and the Insider parece ser a continuação da música anterior nos carregando direto para o desfecho com Wavery Time, uma balada comovente e grudenta de lindíssima sonoridade.
       Restando assim a terceira acertiva da banda que foi apostar na independência quanto a gravadoras lançando o projeto de Principles of A Past Tomorrow em sites de financiamentos coletivos. A iniciativa dos poços de caldenses detona de uma vez por todas, com inúmeras contribuições conseguidas pelo grupo, a ideia de que o Brasil não tem mais rock/metal a mostrar para o mundo e que todos os fãs brasileiros pagam pau somente para a música estrangeira.


       Encerro nossa prosa, amigo passante...Alá! Olha a Feiticeira chegando logo ali, está vindo me buscar, vamos comemorar o aniversário de uma amiga, por aí, em alguma alegre taberna. Então fecho dizendo que o álbum deve e tem de ser escutado por todos os amantes da cena nacional e internacional que acreditam que ainda há bastante chão para o rock e que com toda certeza o Lothloryën figura esta afirmativa.
         Até a próxima! Calma, mulher....já estou indo...

 
Site oficial dos bardos brazucas: http://www.lothloryen.com/

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